Muito além dos canais

Apesar de já ter visto inúmeras fotos de Veneza, não tem como não se apaixonar ao visitá-la. Mas prepare-se para enfrentar uma multidão de turistas (são 12 milhões por ano) em suas vielas e ruelas estreitas. Também prepare o bolso: os preços são exorbitantes.

Três dias são mais que suficientes para conhecer não só a ilha principal, mas também Burano, Murano e Lido, onde dá até pra pegar uma praia. Se tiver com muita pressa, dois dias resolvem sua vida.

Onde ficar em Veneza?

Para se locomover por lá, há apenas duas alternativas: a pé ou de barco. E sim, é muito fácil se perder. Não há placas indicativas e todas as ruelas parecem iguais.

O que ninguém te conta é que se hospedar na ilha pode se tornar um pesadelo e lhe custar uns bons euros. As acomodações são bem caras e há poucas opções. Para chegar até o seu hotel, você vai ter que se virar a pé, com sua bagagem, e andar alguns quilômetros, correndo o risco de se perder. Outra alternativa é usar o táxi aquático ou o vaporetto, o transporte público coletivo que circula pelos canais.

O mais prático e barato é se hospedar em Mestre, última parada do trem antes do destino final: a estação Santa Lúcia, em Veneza. Em Mestre, há várias opções de hospedagem, bem mais em conta.

Pra ir de lá para Veneza, é só pegar o trem, que leva 10 minutos pra chegar. O bilhete custa 1,30 euro e você compra nas máquinas da estação antes de embarcar.

Quando ir?

Veneza é muito disputada em qualquer época do ano, mas durante o inverno é um pouco mais tranquila. Em compensação, pode ocorrer o fenômeno da "acqua alta", quando a maré sobe e pode inundar a praça São Marcos, o principal ponto turístico da cidade.

Se puder, também evite o verão. Vai por mim... Você literalmente derrete e ainda tem que disputar cada espacinho com milhares de turistas, ávidos por selfies e fotos. Chega a ser irritante.

Apesar de ser temporada de chuva, a primavera é o período mais adequado, com temperaturas mais suportáveis.

As principais atrações de Veneza

• Piazza San Marco: é a praça onde ficam a Basílica de São Marcos e o Palácio Ducal. É um dos pontos mais caros do mundo. Prepare-se para pagar 10 euros por um simples cafezinho. Para chegar, siga as instruções pintadas na paredes dos prédios.

• Palazzo Ducale: é o símbolo da arquitetura gótica de Veneza e antiga sede do poder dos Doges. Suas salas são decoradas com obras de importantes pintores italianos. Vale adquirir o tour dos itinerários secretos, uma visita guiada pelos acabouços do palácio, a prisão e escritórios. A entrada custa de 25 a 30 euros. Para o itinerário secreto, você vai pagar 32 euros. Adquira no site do palácio.

• Basílica de São Marcos: um dos símbolos de Veneza, começou a ser construída em 828. As filas são longas e demoradas, mas há uma opção de ingresso com acesso privilegiado. As entradas custam de 3 a 6 euros e podem ser compradas aqui. Não é permitido tirar fotos, nem entrar com mochilas ou bolsas grandes. Também respeite o código de vestimenta: nada de shorts, decotes, roupas curtas e regatas.

• Campanário da Basílica: fica em frente à Basílica e é o edifício mais alto de Veneza. Também tem longas filas. A entrada custa 12 euros e pode ser adquirida aqui.

• Ponte dei Sospiri: a ponte do Suspiro é uma das mais famosas das quatrocentas pontes que cruzam os canais. Liga o Palácio Ducal a uma prisão. O nome vem dos suspiros que os prisioneiros davam a caminho da cadeia. Hoje, é símbolo de romantismo. Dizem que o casal que se beijar ao passar de gôndola por ela durante o pôr do sol terá amor eterno. Para atravessá-la é necessário adquirir o ingresso e entrar no palácio Ducal, mas dá pra tirar fotos da ponte ao caminhar beirando o palácio, próximo ao mar.

• Ponte Rialto: foi a primeira a ser construída no Grand Canal e é um dos cartões postais de Veneza. Também é um dos lugares mais disputados para fotos. Para chegar até lá, siga as instruções pintadas nas paredes.

• Grand Canal: é o maior e mais importante canal de Veneza. Tem quatro quilômetros de comprimento e divide a cidade em duas. Para percorrer todo canal, pegue a linha 1 do vaporetto.

• Ande pelas ruas, vielas, becos e visite as lojinhas, mesmo que não vá comprar nada, já que é tudo mega caro.

• Passeio de gôndolas: eu não cheguei a fazer. Custa de 80 a 100 euros e, pelo preço, só vale a pena se você estiver com outras pessoas pra dividir a conta. Dá pra matar a vontade de circular pelos canais, pegando o vaporetto, que também não é barato. O trecho custa 7 euros. Vale a pena comprar o passe de 24 horas, que custa 20 euros e permite viagens ilimitadas. Com ele, você pode conhecer outras ilhas próximas também. É só se planejar.

Outras dicas

• Se for ficar em Veneza Mestre, aproveite pra fazer suas comprinhas de vinho em um dos mercadinhos do bairro. As garrafas de vinho branco ou espumantes produzidos no Vêneto custam a partir de 2 euros.

• Não deixe de experimentar o Aperol Spritz, especialidade da região, ao pôr-do-sol ou happy hour. No coquetel, vai prosecco, o espumante produzido no Vêneto, Aperol e água com gás. Uma delícia e super refrescante.

• Vá também até a cidade de Murano, a terra natal dos cristais e vidros. Você pode visitar uma fábrica que produz as peças ou simplesmente admirá-las nas dezenas de lojinhas da ilha. Para chegar, pegue as linhas 42 ou 3 do vaporetto. Saindo da praça São Marcos, as linhas são a 41 ou a 7. Demora cerca de meia hora pra chegar e você consegue visitar a ilha todinha em pouco tempo.

• Perto de Murano, está Burano, com canais e suas casinhas coloridas. Dá pra visitar tudo em pouco tempo também. Para chegar lá, se estiver em Murano, pegue a linha 12 do vaporetto. Saindo da estação de trem de Veneza, pegue a linha 3.

• Praia de Lido: sabia que Veneza tem praia? Então, aproveite o seu bilhete de 24 horas do vaporetto (20 euros) e visite também a ilha de Lido. São 12km de extensão. É ali que acontecem o Festival Internacional de Cinema e a Bienal de Veneza. A praia é banhada pelo Mar Adriático e a água é bem gelada. Para chegar, saindo de Veneza, pegue o vaporetto, linhas 1, 2, 51, 52, 62, N ou LN. Demora cerca de dez minutos até lá.

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