Pompeia e seus mistérios

A cidade destruída pela erupção do monte Vesúvio no ano 79 d.c. é uma das mais curiosas e visitadas atrações italianas

ITÁLIA

Alessandra Marra

9/6/20236 min read

Dicas para facilitar sua visita

Olhando as fotos, não se tem uma ideia real do tamanho da cidade. Acreditem!! Eu andei 29km lá dentro debaixo de um sol de rachar. É tudo a céu aberto e não há coberturas, além de um restaurante. Então, considere a questão climática quando agendar sua visita.

Pra não precisar sofrer como eu, recomendo fortemente que você adquira um bilhete com visita guiada. Vai facilitar muito sua vida, te fazer ganhar tempo e não andar tanto, já que vai te mostrar as principais atrações.

Se insistir em fazer por conta própria, baixe o mapa no seu celular e vá direto ao que deseja ver (não tinha mapa em papel quando fui). As informações oficiais sobre Pompeia, bem como horários de funcionamento, podem ser encontradas aqui ou no app Mypompeii.

Para evitar filas, compre o ingresso antecipadamente neste site, que vai custar mais barato. O preço da entrada é dezenove euros e ao fazer a compra, já vai precisar reservar o dia e horário da visita. Se não houver mais ingressos para o dia preferido, tente o Pompeii Tickets & Tour ou o Get your Guide, que te oferecem também a opção de visita guiada.

Você também pode se juntar a um tour, fazendo a opção na entrada do Parque Arqueológico de Pompeia e pagar na hora. Reserve um dia para o seu passeio. É bem cansativo.

Não se esqueça: use roupas confortáveis, tênis, leve água e lanchinhos!!!

Como chegar

A única empresa ferroviária que vai para Pompeia é a Circumvesuviana. É um trem de linha comum. Você pode pegá-lo em Nápoles ou em Sorrento, como eu fiz. Na estação Napoli Centrale (ou Napoli Garibaldi), desça até o andar debaixo e siga as placas. Compre o bilhete na hora, no guichê, por 4 euros cada trecho. Veja os horários aqui. Desça na estação Pompeii Scavi Villa dei Misteri. De Nápoles, a viagem dura cerca de meia hora. Fique atenta aos horários de pico. Os vagões costumam ficar cheios de trabalhadores e moradores.

Informações básicas

  • A cidade foi congelada no tempo ao ser atingida por uma coluna de cinzas e pedras, expelidas durante uma grande erupção do Monte Vesúvio, que fica bem próximo e pode ser visto de lá (olha ele aí na foto). No dia seguinte à erupção, a cidade foi atingida por um tsunami de fluxo piroclástico, uma mistura de gás quente, cinzas, rochas e matéria vulcânica.

  • Pompeia foi descoberta em 1599, durante a construção de um túnel, mas a cidade só começou a ser revelada em 1748, quando começaram os trabalhos de escavação. Até agora, dois terços da área já foram escavadas.

  • As ruínas são Patrimônio Mundial da Unesco desde 1997 e recebem mais de três milhões de visitantes por ano.

  • Há três entradas: Porta Marina, Piazza Esedra e Piazza Anfiteatro. Há infraestrutura para os visitantes como banheiro e restaurantes, que ficam principalmente nas entradas e na área central, próximo ao Fórum.

  • Nem todas as construções podem ser visitadas. Algumas estão em manutenção e outras ainda sendo escavadas. É possível encontrar arqueólogos trabalhando por lá durante o passeio.

Atrações principais de Pompeia

  • A cidade está dividida em nove regiões. As principais atrações se encontram nas áreas 1, 2, 6, 7 e 8. Você pode se guiar pelo mapa ou pelas sugestões de roteiro dadas pelo parque. Pesquise bem o que vale a pena ver.

  • Santuário de Apolo: na região VII, logo na entrada pela Porta Marina, em frente ao Fórum. É um dos templos mais antigos de Pompeia.

  • Fórum: na região VII. Era uma espécie de praça, como se fosse o centro da cidade, onde se concentravam os edifícios públicos, comércio e templos. Ao lado do Fórum, ficam os banheiros e a lanchonete.

  • Basílica: região VIII. Era o edifício mais suntuoso do Fórum. Hoje, só restam alguma colunas. Era utilizada para questões jurídicas e audiências.

  • Lupanare: na região VII. Era o bordel mais famoso de Pompeia, instalado em um edifício de dois andares. Os quartos têm camas de pedra, sem portas e nas paredes há várias pinturas eróticas, que, dizem, serviam de menu para os clientes. Por toda a cidade, é possível ver obras e pinturas de cunho sexual. Fique atento!

  • Casa do Urso Ferido: perto do Lupanare, na região VII. É uma das mais famosas e foi assim batizada por causa de um mosaico de um urso ferido colocado na entrada. Acredito que estava fechada durante a minha visita porque não fiz nenhuma foto.

  • Casa de Menandro: na região I. Era uma das casas mais ricas de Pompeia e foi chamada assim por causa de um afresco com a pintura do dramaturgo grego Menandro em uma das salas.

  • Casa do Fauno: na região VI. Era uma das maiores e mais abastadas casas de Pompeia. O nome vem da pequena estátua de fauno encontrada no interior da residência. A original está em exposição no Museu Arqueológico de Nápoles. Esta, que aparece na foto, é uma réplica.

  • Casa do Poeta Trágico: na região VI, área mais residencial. É um dos pontos de interesse do visitante por conta de um mosaico na entrada em forma de cachorro com a inscrição "Cave Canem", que significa "cuidado com o cão". A casa também serviu de inspiração para o livro "Os últimos dias de Pompeia", do inglês Edward Bulwer-Lytton.

  • Vila do Mistério: na região VI, já no fim do parque, bem mais afastada. Casa onde está um dos maiores e mais bem preservados afrescos de Pompeia, ocupando três paredes. A caminho da Vila do Mistério, é possível ver alguns dos moldes dos corpos encontrados durante as escavações.

  • Odeon: na região VIII. Foi a primeira estrutura a ser totalmente escavada e limpa do material vulcânico. Era nessa pequena arena que aconteciam as encenações de peças de teatro, com temática trágica ou de comédia. Não estava aberta para entrar.

  • Anfiteatro: na região II, perto da Piazza Anfiteatro, uma das entradas ou saídas do Parque. É considerado o mais antigo anfiteatro romano, construído em 70 a.C e capaz de abrigar até vinte mil pessoas. Está muito bem preservado e recentemente, em 1972, a banda Pink Floyd gravou um show sem público lá. Quarenta e cinco anos depois, o vocalista da banda, David Gilmour, voltou ao Anfiteatro, onde realizou dois shows gravados, desta vez com a presença de dois mil e seiscentos fãs. Em vez das arquibancadas, eles ficaram na arena, onde há séculos atrás os gladiadores se enfrentavam. Emocionante, não?

  • Jardim dos Fugitivos (Orto dei Fuggiaschi): não muito longe do Anfiteatro, na região I. Local que era uma vinícola e onde foram encontrados treze corpos, provavelmente de moradores tentando fugir da tragédia, mas que acabaram sendo atingidos pelo fluxo piroclástico. Os moldes estão preservados no fundo do jardim. Um dos lugares que mais me chamou a atenção e que ainda não sai da minha cabeça.

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Veja outras fotos de Pompeia

visitantes em uma ruela de Pompeia com o monte Vesúvio ao fundo
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pequenas torres com o céu ao fundo
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grupo de turistas andando pelos restos da cidade de Pompeia
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cama feita de pedra dentro de casa de pedra
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casa romana com jardim
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pequena escultura preta simbolizando um fauno
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